O acidente do avião da Ethiopian Airlines, conhecido como Crash 3, ocorreu em 25 de janeiro de 2010, na costa do Líbano. 90 pessoas morreram, incluindo passageiros e tripulantes, tornando-se uma das maiores tragédias da aviação civil da história. À medida que as investigações avançavam, as causas do acidente começaram a se tornar mais claras, e a história começou a se desenrolar no tribunal.

O julgamento do Crash 3 teve início em 2 de dezembro de 2011, em Beirute, Líbano. O processo foi liderado por uma equipe de advogados independentes, que trabalharam em nome das vítimas e suas famílias. A equipe contou com profissionais de diversas nacionalidades, incluindo americanos, britânicos e libaneses.

Desde o início do julgamento, as complicações e disputas permearam todo o processo, e a verdadeira causa do acidente ainda não havia sido determinada. A falta de cooperação entre as autoridades libanesas e etíopes na investigação também dificultou o trabalho dos advogados, impedindo que eles obtivessem a documentação necessária para o processo.

Além disso, as tensões nas relações entre o Líbano e a Etiópia também contribuíram para o processo de julgamento ser prolongado e complicado. No início de 2012, a Etiópia retirou seus diplomatas do Líbano, afirmando que o país estava sendo preconceituoso em relação ao acidente do Crash 3. Isso levou a especulações sobre um possível boicote no julgamento, mas as autoridades etíopes afirmaram que iriam cooperar com o processo.

Em 1º de dezembro de 2013, o juiz que presidia o julgamento apresentou as conclusões finais, declarando que a Ethiopian Airlines foi total e diretamente responsável pelo acidente do Crash 3. Ele baseou sua decisão em evidências que indicavam que a companhia aérea não havia supervisionado adequadamente a manutenção da aeronave, não havia fornecido treinamento adequado para os tripulantes e não havia cumprido as normas de segurança estabelecidas.

No entanto, essa foi apenas a primeira fase do julgamento. Mais tarde, em 15 de janeiro de 2014, as partes envolvidas na ação civil chegaram a um acordo extrajudicial sobre a compensação das vítimas e suas famílias. O valor total foi de cerca de 170 milhões de dólares, e a Ethiopian Airlines se comprometeu a pagar o montante a ser distribuído às vítimas. O julgamento criminal contra a tripulação e a administração da Ethiopian Airlines ainda estava em andamento na época, mas a resolução do processo civil representou um grande passo na conclusão do caso.

Em 1º de março de 2019, a Reuters noticiou que os tribunais libaneses haviam considerado a tripulação inocente do acidente do Crash 3. Essa decisão encerrou o julgamento criminal, que havia durado quase nove anos.

Em conclusão, o julgamento do Crash 3 representou um dos processos mais difíceis e prolongados da história da aviação civil. As tensões diplomáticas e as dificuldades técnicas contribuíram para a complexidade do processo, mas a resolução do caso trouxe algum conforto para as vítimas e suas famílias. Infelizmente, a tragédia do Crash 3 permanecerá como uma lembrança dolorosa da importância da segurança aérea, e um lembrete de que o trabalho incansável dos advogados é necessário para garantir a justiça.